Minha barba cresce.
Não toma todo hectare de minha face como eu gostaria.
Barba fechada. Maturidade? Credibilidade? Seriedade?
Minha barba cresce.
Vem e muda minha cara.
Mudanças cobram seu preço.
Sempre há um preço pra tudo.
E deve ser pago!
Minha barba cresce.
Arranha os beijos por mim dados.
Depois, mais longa, apenas incomoda.
Marly e Nicole reclamam.
São os alvos de meus beijos.
São arranhadas pelo meu carinho.
Minha barba cresce.
No espelho sou outro, outra fachada.
No fundo ainda me vejo igual.
Lá estou eu! Meus olhos não me deixam esquecer.
Desvio o olhar, fujo.
Meu reflexo acompanha.
Minha barba cresce.
O toque de minha mão age como um espelho.
Sem me ver, me lembro como estou.
Lembro dos meus olhos, lá estou eu!
Fecho os olhos. Abro os olhos.
Raspo minha cara. Limpo meu rosto.
Pura perda de tempo a aparência.
Meus olhos, minha mente e mãos.
Quem eu sou eles não me deixam esquecer.
Pura perde de tempo a aparência.
Nós e nossas fantasias de "humanos".
Nós e nossas "máscaras".
Invisivéis e densas. Carne e osso.
No fundo estamos nós.
Domados por nós mesmos. Conveniências e medos.
Sempre só a ponta do Iceberg fica a vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário