Peças de um motor.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sexta Cinza

 A espera, a anti-sala, a prévia, a véspera...sempre é o ápice de qualquer evento/data/acontecimento. A véspera de um jogo de final de campeonato, a prévia antes do jogo...são momentos mágicos, tu imagina o que gostarias que acontecesse, e também o que pode realmente acontecer. A véspera de uma viajem para um lugar que não conheces ainda....ficar imaginando como é o lugar, criar ambientes na imaginação, sensações... A véspera de Natal e de Ano Novo...toda aquela correria eufórica para contagem regressiva até virar a meia-noite. 

Sendo assim, o pré mais excitante do que o momento, Sexta-feira é a véspera, a anti-sala do final de semana, logo é o dia D. Na Sexta dá pra imaginar o findisemana, dá pra planejar, almejar fazer isso ou aquilo. Hoje, Sexta-feira, está nublado. Adoro dias nublados. Não me apego a questões comuns para gostar de um belo dia cinzento de Outono, como: lavar e secar roupa. Me apego ao importante: a poesia de uma vida vazia, essa canção melancólica que toca na nossa cabeça o tempo todo, aos "porquês" estridentes que nunca acham respostas, aos sonhos sonhados de olhos abertos, a linda insgnificância da existência humana, as cordas de um violão, as letras inacabadas...enfim, me prendo ao que não me prende...ao que me "liberta". 

Um dia cinza é feito para se pensar, dias de sol são alegres demais, abertos demais, ruidosos, falsos! Um dia cinza aquece o pensamento, instiga o questionamento pessoal...um auto-dedo na ferida, é como tirar uma bala do corpo, dói mas é necessário fazê-lo.

Suicídio num dia frio
um dia cinza sem sol
se a manta não vai ao pescoço
o pescoço vai ao cachecol.

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